Excesso de peso/obesidade nos jovens: dicas para ajudar os pais
Se o jovem tiver um ligeiro excesso de peso, muitas vezes basta aumentar a sua actividade física para que o mesmo estabilize ou desça
O Gabinete de Apoio ao Aluno Para a Saúde (GAAPS) traz aqui alguns conselhos, da autoria da nutricionista Paula Veloso (2009), que os pais deverão pôr em prática para ajudarem os seus filhos a perder, manter ou atingir um peso saudável.
Não insistiremos nas consequências para a saúde de ter peso em excesso nem na probabilidade destes jovens poderem ter menor esperança de vida e morrer até antes de os seus pais. Quase todos os dias essas notícias nos entram em casa, via canais audiovisuais.
Mas insistiremos na necessidade de se fazer um rastreio do IMC (Índice de Massa Corporal), que estabelece a relação (proporção) entre o peso e a altura, para que se esclareça se um jovem é ou não é obeso, porque num grande número de casos, os pais e os avós acham os filhos gordinhos ou fortes, mas nunca obesos!
Por isso, a primeira coisa a fazer é medir e pesar o jovem e determinar o seu IMC, dividindo o seu peso (em kg) pelo quadrado da sua altura (em metros): [IMC = Peso/(altura x altura)]. Achado esse valor de IMC, é necessário compará-lo numa tabela apropriada "Percentis de Índice de Massa Corporal em Função da Idade", o que poderá fazer no GAAPS. Se o jovem tiver um ligeiro excesso de peso, muitas vezes basta aumentar a sua actividade física para que o mesmo estabilize ou desça. Em fases de crescimento activo, é muito fácil reverter este processo se se intervier atempadamente, uma vez que o aumento rápido da estatura, não acompanhado por um aumento de peso, poderá, por si só, normalizar o IMC.Mas em muitos outros casos não chega aumentar apenas a actividade física uma vez que esta não é feita diariamente e os (maus) hábitos alimentares são diários, contribuindo para uma ingestão de calorias muito superior às necessidades e gastos do jovem. Se o aumento de peso se deve a um desequilíbrio energético, em que as calorias que entram são superiores às que "saem", para o corrigir é preciso por um lado ingerir menos e por outro queimar mais calorias.
Como ingerir menos e gastar mais calorias?
Está comprovado cientificamente que não tomar o pequeno-almoço contribui, para além de menores índices de atenção e rendimento escolares, para uma ingestão pouco controlada de alimentos durante o resto do dia, e tendencialmente de grande densidade calórica. Assim, o pequeno-almoço é obrigatório para grandes e pequenos. Quando os pais não dão o exemplo, é normal que os filhos não o façam também! Se não houver muita fome logo ao acordar, podem levar para comer pelo caminho um iogurte ou um pacote de leite e uma banana, por exemplo, por serem fáceis de transportar.
Se o intervalo entre o pequeno-almoço e o almoço for superior a três horas, é obrigatório comer qualquer coisa a meio da manhã. Qualquer coisa no sentido de ser pouco, não a primeira coisa que nos aparecer à frente. Um pão (conforme a idade) com queijo, compota ou fiambre, bolachas tipo Maria, torrada, água e sal ou integral, uma peça de fruta ou um sumo de fruta natural (nada de refrigerantes!), um copo de leite ou um iogurte são boas opções. A água deve ser o líquido de eleição. Os refrigerantes engordam e não tiram a sede.
Controle o que os jovens comem na escola através do cartão electrónico, que muitas escolas já possuem. Não tenha em casa alimentos que sabe terem muitas calorias e muito pouco interesse para a saúde: batatas fritas, aperitivos salgados e cheios de gordura, sumos que não sejam 100%, chocolates, gomas, etc. E para não os trazer para casa: nunca vá às compras com fome, faça uma lista do que vai comprar e evite levar as crianças consigo. Se não conseguir evitar que elas o acompanhem, saiba resistir aos pedidos suscitados pela publicidade. Não se esqueça de que a educação inclui a educação alimentar e que ceder aos seus pedidos demite-nos dessa função. Filhos bem-educados e bem-formados mas sem saúde não terão certamente grande futuro...
As compras da casa têm que depender dos pais porque os filhos só comem o que tiverem para comer, a não ser que lhes seja dada uma mesada razoável. Também aqui o papel dos pais é fundamental. Ter alimentos em casa para seu consumo e dizer às crianças "isto não é para ti porque estás gordo" é uma forma demasiado cruel de abordar a obesidade. Pode oferecer-lhe um ou dois desses alimentos ao fim-de-semana para que percebam que não devem ser consumidos diariamente mas que não são proibidos. Os Jovens deverão fazer dois pequenos lanches durante a tarde, desde que o intervalo entre o almoço e o jantar seja superior a seis horas. Poderão ter uma composição semelhante à da merenda da manhã.
Nas refeições principais, pais e filhos devem começar por comer um prato de sopa de legumes. Com muito volume e poucas calorias, é o alimento ideal para saciar sem engordar. O segundo prato, seguramente mais calórico, já não terá tanto espaço. Poderão também comer a fruta antes da sopa. Aproveitando a altura de maior apetite, é uma boa maneira de fazer com que as crianças a comam ao mesmo tempo que vão ficando saciadas.
Em vez de ir sozinho ao ginásio, programe actividades conjuntas com os seus filhos: caminhar, andar de bicicleta, jogar ténis ou badmington, dançar, etc.. Se eles são adeptos da playstation, podem divertir-se com os jogos do eyetoy que obrigam todos a mexer-se.
Importante: o sucesso da perda de peso do seu filho depende quase exclusivamente de si. Para o conseguir é necessário muitas vezes abdicar de alguns alimentos e bebidas em casa no dia-a-dia e adoptar, também você, hábitos alimentares saudáveis. Julgamos que, no fim, sentir-se-á recompensado pelo bem que lhe fez. Não é isso, afinal, o que todos queremos para os nossos filhos?
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